Olá queridas famílias! Hoje, gostaria de falar sobre um tema importante: a hidrocefalia comunicante. Como neurocirurgiã pediátrica, meu objetivo é fornecer informações de forma acolhedora para que todos possam compreender melhor esse diagnóstico.
Quais são os Sinais e Sintomas?
Ao observar a fontanela cheia e protuberante, abertura das suturas cranianas, percepção de aumento no perímetro cefálico (PC), irritabilidade, náuseas/vômitos e, em casos graves, paresia do olhar para cima, respiração irregular com apneia ou bradicardia podem ser indicativos de hidrocefalia. O aumento do PC acima de 2 cm/semana ou cruzando o percentil 97 merece atenção especial.
O que os Exames Revelam?
Exames podem evidenciar o aumento dos ventrículos, afinamento ou arqueamento do corpo caloso, e apagamento dos sulcos e fissuras.
Diferença entre Hidrocefalia Comunicante e Não Comunicante:
A hidrocefalia comunicante está associada à absorção prejudicada do líquor, enquanto a não comunicante envolve obstrução. A primeira pode resultar da inflamação ou elevação da pressão do seio venoso craniano, com dilatação de todo o sistema ventricular. Na segunda, há uma obstrução, com dilatação proximal e ventrículos distais mantendo-se relativamente normais.
Como Abordar a Hidrocefalia Comunicante?
O tratamento cirúrgico busca descomprimir os ventrículos e normalizar a pressão intracraniana. Shunts, desviando o líquor para a cavidade peritoneal, são comuns, embora alternativas como o átrio direito do coração ou a cavidade pleural possam ser consideradas.
Detalhes da Cirurgia:
A inserção primária do shunt geralmente ocorre no lado direito em lactentes, com a escolha do local de entrada individualizada. O cateter distal é direcionado da incisão craniana para uma pequena incisão abdominal.
Após verificar a permeabilidade e função, o cateter é introduzido no peritônio.
Possíveis Complicações do Procedimento:
- Mau Funcionamento do Shunt: Ocorre em 31,3% das crianças no primeiro ano, sendo obstrução proximal do cateter ventricular a causa mais comum.
- Infecção: Acontece em até 6,0% dos casos, com fatores de risco incluindo idade jovem, presença de tubo de gastrostomia e neurocirurgia prévia.
- Hiperdrenagem e Hipotensão Intracraniana: Podem resultar em dores de cabeça, náuseas e vômitos. A síndrome do ventrículo em fenda é tratada com revisão do shunt ou controle de fluxo.
- Hemorragia: Quando significativa, pode requerer a conversão para outras estratégias.
Estou aqui para responder às suas dúvidas e garantir que vocês se sintam apoiados durante todo o processo. Juntos, cuidamos dos nossos pequenos guerreiros!